Representantes de aeroportos discutiram como atrair novas companhias aéreas. (Foto: Eric Ribeiro)

SÃO PAULO – A geração de novos negócios e a atração de voos foram temas de um debate que atrair grandes aeroportos do país no 2º Fórum Conectividade. O painel “Infraestrutura e atração de novas companhias aéreas” trouxe debates sobre integração intermodal, eficiência operacional e projetos dos terminais.

Com a mediação de Gustavo Canto Lopes, partner da Roland Berger, o debate contará com a participação de Fabio Marques, gerente de Costumer Service do Floripa Airport, Patrick Fehring, diretor de Negócios Aéreos no RIOgaleão, Adrian Elkuch, COO do BH Airport, Júlia Orrico, executiva de Negócios Aéreos do GRU Airport, Roberto de Oliveira Luiz, diretor de Negócios Aéreos da Inframérica, e Francisco Xavier da Silva Nunes, superintendente de Negócios da Infraero.

Para Adrian Elkuch o caminho para atração das companhias passa por processo de atratividade para o passageiro, tanto como destino, como pelo que é oferecido para atender às necessidades do passageiro. “Você tem que pensar em toda uma cadeia logística do ponto de vista do passageiro. 75% passageiros toma a decisão de para onde vai primeiro e somente depois pensa qual companhia aérea”, afirmou. O executivo do BH Airport destacou que é necessário pensar em projetos, citando a proposta de integração inetermoadal do aeroporto, que possibilita ligações para destinos como Inhotim e Ouro Preto.

Já o diretor de Negócios Aéreos do RIOgaleão, Patrick Fehring ressaltou a importância do estímulo das companhias para fomentar mercados e criar demandas antes inexistentes. “O fluxo de passageiros entre Londres e Rio cresceu 93% com a entrada da Norwegian. Isso mostra que atrair essas companhias traz um estímulo que não depende da economia”, ressaltou.

INFRAESTRUTURA E AMBIENTE DE NEGÓCIOS

Fabio Marques, do Floripa Airport citou a importância de construir a infraestrutura dos aeroportos baseada nas necessidades dos players, para favorecer a eficiência operacional. “Isso é importante quando a gente está falando de infraestrutura aeroportuária. O aeroporto de Florianópolis foi concebido com todos os players, então quando você traz todos os players para o processo, você viabiliza eficiência operacional e garante um menor custo para operação. Criar condições para ter esta integração é fundamental para ter um desenvolvimento do transporte aéreo”, argumenta.

Fabio Marques, do Floripa Airport

Fabio Marques, do Floripa Airport (Foto: Eric Ribeiro)

Já Roberto de Oliveira Luiz falou sobre os cases de sucesso na redução de custos nos terminais de Brasília e Rio Grande do Norte. “A gente começou a apresentar Brasília e Natal do mundo em fóruns de negócio. Trabalhamos juntos com o governo dos estados com a redução de custos. Em Brasília conseguimos baixar o ICMS sobre o QAV de 25% para 12% e depois para 7%, o que já resultou em sete rotas internacionais novas. Também trabalhamos o incentivo no Rio Grande do Norte e já temos resultados, com uma previsão em nosso orçamento de 15% a mais de passageiros para o ano que vem”, afirmou o diretor de Negócios Aéreos da Inframérica.

DEMANDA REPRIMIDA

Francisco Xavier da Silva Nunes, superintendente de Negócios da Infraero, trouxe o debate para outro ângulo, apontando a necessidade de infraestrutura não só para fomentar o crescimento do fluxo de passageiros, mas para atender a uma demanda já reprimida. Neste contexto, ele falou sobre o foco da Infraero para os próximos anos, para atender aos aeroportos regionais.

“A Infraero está se reinventando. Passamos o cenário das concessões e agora passamos a olhar para os aeroportos regionais. 69% dos pontos conectados estão a cerca de 130 km da costa então temos uma oportunidade muito grande no País. As prefeituras e os estados estão nos procurando para permitir que as companhias aéreas cheguem no interior do Brasil. Existe sim demanda reprimida”, afirmou.

GUARULHOS

Júlia Orrico foi a representante do aeroporto mais movimentado da América do Sul, o GRU Airport. A executiva de novos negócios falou sobre o crescimento do terminal, que em 2018 ultrapassou a marca de 42 milhões de passageiros, seu maior número na história. O número, de acordo com ela, é só um degrau em um objetivo maior de atingir 60 milhões de passageiros.

Julia Orrico, do GRU Airport

Julia Orrico, do GRU Airport

“No nosso plano de negócios planejamos chegar a 60 milhões de passageiros. Com outras tecnologias conseguiríamos até ultrapassar este ponto. A forma de fazer isso é aumentar a capilaridade do aeroporto. Temos alguns pilares para isso”. Afirmou. Entre os pilares citados por ela, está a ampliação do número de cidades atingidas, que hoje são mais de 50 em 30 países. Outro é aumentar as aéreas para atender a esta expansão. “Um aeroporto saturado não tem espaço para crescer”, completa.

Julia ainda destacou obras internas, como o novo píer, e as externas que garantirão maior conectividade, como a conclusão do rodoanel e a integração do terminal de passageiros aos trens da CPTM, em 2021.

Comunicação/Sineaa/2019

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