Dos 23 mil transplantes realizados no ano passado no Brasil, cerca de 30% deles só puderam ser realizados porque os órgãos foram transportados em aviões até os pacientes. As grandes dimensões do país, aliadas ao tempo exíguo da retirada do órgão até sua chegada ao paciente, exigiram a formação de uma rede aérea integrada, batizada de “Asas do Bem”.

Em 2016 o programa (do qual fazem parte a Gol, Azul, Avianca e Latam) transportou 96% dos órgãos que usaram rotas aéreas.

Esse tipo de transporte de órgão existe oficialmente desde 2001, mas só em 2013 ele ganhou agilidade com a colocação de uma equipe da Central Nacional de Transplantes trabalhando 24 horas por dia em uma sala no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

Esta equipe é a responsável por pedir, junto às empresas, espaço nos aviões. “Eles têm acesso a todos os voos de todas as companhias. A prioridade é deles para escolher o voo que chega antes ao local”, diz o porta voz da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Adrian Alexandri.

Na hora do pouso ou decolagem, esses voos têm prioridade sobre os outros aviões. Caso seja necessário, as equipes médicas também têm prioridade nos assentos – se o avião estiver lotado, a tripulação pode procurar voluntários para ceder o lugar. “Não costuma acontecer, porque quase sempre tem lugar, mas é possível”, diz Adrian. “Via de regra, apenas os órgãos são levados na cabine do piloto ou da tripulação. Uma equipe médica deixa em um aeroporto e outra o recebe no destino”, explica.

É a Central de Transplantes quem decide para onde vão os órgãos. Corações e pulmões, por exemplo, que precisam chegar em apenas quatro horas, costumam ser transplantados para pacientes no mesmo Estado (veja mais acima).

Não há uma ‘fila’ do transplante, visto que a decisão para o receptor depende da compatibilidade do órgão, da gravidade do paciente e do tempo de transporte.

42% das famílias rejeitam doar

Segundo os dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), até setembro do ano passado as equipes médicas entrevistaram 4.877 familiares de possíveis doadores no Brasil. Dessas, 42% (2.057) não permitiram a retirada dos órgãos de seus familiares com morte cerebral. Essa taxa de recusa, no entanto, vem caindo ano a ano – em 2016 ela foi de 44%.

O Distrito Federal foi o local com maior percentual de permissão de doação (72%). Na sequência vieram Paraná (69%) e Santa Catarina (66%). Já Sergipe teve maior recusa – com 72% dos familiares não permitindo, seguido de Maranhão e Goiás, ambos com 63%.

No geral, o número de doadores no Brasil vem crescendo expressivamente. No primeiro semestre de 2017 foram 1.662, aumento de 16% em relação a 2016. Entre 2010 e 2017, o aumento foi de 75%.

Fonte: Metro.

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