O Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, ficará fechado até as 13h desta segunda-feira (30), informou a Infraero. Segundo a estatal, o fechamento ocorre para facilitar o trabalho da perícia no avião de pequeno porte que caiu na noite de domingo (29).

O piloto Antonio Traversi morreu no acidente. Outras seis pessoas que estavam na aeronave ficaram feridas. Segundo o representante da empresa Videplast, dona da aeronave, as vítimas não correm risco de morte.

O avião de prefixo PP-SZN é um bimotor King Air C90, com capacidade para sete passageiros, que pertence à Videplast, empresa que fabrica embalagens plásticas com sede em Santa Catarina. Segundo a Anac, a aeronave foi fabricada em 2008 e estava em estado regular.

Em nota, a Videplast diz que os seis passageiros “estão hospitalizados e recebendo todos os cuidados médicos necessários”. O comunicado acrescenta que “a direção da empresa está envolvida em prestar o melhor atendimento para todas as famílias envolvidas.”

“As atividades da empresa seguem normalmente e maiores informações serão repassadas após investigações das autoridades competentes”, acrescenta a Videplast.

Quem são as vítimas:

  • Antonio Traversi – era o piloto da aeronave e da Videplast há pelos menos 18 anos e tinha mais de cinco mil horas de voo. Segundo os bombeiros, ele morreu no acidente;

  • Nereu Denardi – sócio da Videplast. Foi socorrido e levado ao Hospital do Mandaqui;

  • Geraldo Denardi – sócio da Videplast e irmão de Nereu. Internado no Hospital Santa Isabel, passou por tomografia e, segundo a família, está consciente; assessoria do centro médico diz que ele está estável, sem previsão de alta hospitalar;

  • Enzo – tem 17 anos e é filho de Nereu. Internado no Hospital Santa Isabel, passou por tomografia e, segundo a família, está consciente; assessoria do centro médico diz que ele está estável, sem previsão de alta hospitalar;

  • Aguinaldo Nunes – coordenador da Videplast. Foi socorrido e levado para o Hospital São Camilo. Segundo o centro médico, estado de saúde é estável; ele não tem previsão de alta;

  • Agnaldo Crippa – gerente da Videplast. Foi socorrido no Hospital San Paolo; segundo boletim divulgado pelo centro médico nesta segunda (30), ele foi vítima de politraumatismo secundário e “encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva Adulto, sob ventilação mecânica invasiva devido à inflamação importante de vias aéreas por inalação de grande quantidade de fumaça tóxica, fato que prejudica a capacidade de oxigenação nos pulmões”.

    “Do ponto de vista neurológico, permanece estável, com pupilas reagentes sem sinais de sangramento cerebral, apresentando ferimento corto contuso na região do escalpo. Seu estado de saúde ainda requer cuidados intensivos e hoje ele será submetido a um exame invasivo de broncoscopia para avaliação complementar das vias aéreas”, diz o comunicado.

  • Benê Souza – foi socorrido e levado para o Hospital das Clínicas; o estado de saúde dele é estável.

Acidente

De acordo com a Infraero, a avião decolou por volta das 15h30 da cidade catarinense de Videira, com 5 passageiros e dois tripulantes. O acidente ocorreu durante o pouso na capital paulista, cerca de 3 horas após a partida.

Estavam no voo: Geraldo Denardi e Nereu Denardi, irmãos e fundadores da empresa, além do filho de Nereu, Enzo, de 17 anos. Também ocupavam a aeronave dois funcionários da Videplast, Aguinaldo Nunes e Agnaldo Crippa, além do outro tripulante, Benê Souza.

As circunstâncias do acidente serão investigadas por equipes do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), órgão do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB).

Testemunhas no Campo de Marte disseram que o avião havia tentado pousar, mas o piloto não tinha certeza de que o trem de pouso estava baixado. Então, sobrevoou a pista para que a torre de controle confirmasse, visualmente, que o trem de pouso estava ativado. Depois, fez uma tentativa de pouso e arremeteu. O acidente teria ocorrido na terceira tentativa, por essa versão.

Segundo a Força Aérea, “esse é o começo do processo de investigação e possui o objetivo de coletar dados: fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos.”

Ainda segundo a nota, a investigação realizada pelo Cenipa tem o objetivo de prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram.

Fonte: G1

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