O Rio de Janeiro vive os impactos do quarto dia (ontem) de protestos de caminhoneiros. Por volta do meio-dia, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Estado do Rio de Janeiro afirmou que 90% dos postos do estado estavam sem combustíveis (gasolina, diesel e etanol).

BRT

Segundo o BRT, todas as estações da Avenida Cesário de Melo, no corredor Transoeste, e no trecho entre Madureira e Fundão, na Transcarioca, foram fechadas. O BRT Rio informa que, por causa do problema de falta de abastecimento de combustível, estão em operação apenas os seguintes serviços:

  • Transoeste: 10 (Expresso, Santa Cruz-Alvorada), 12 ( Expresso, Pingo D’água-Alvorada), 21A (Parador, Recreio-Jd. Oceânico) e 25 (Semiexpresso, Mato Alto-Jd. Oceânico)

  • Transcarioca: 35 (Parador, Madureira-Alvorada), 40 (Expresso, Madureira-Jd. Oceânico) e 41 (Expresso, Madureira-Recreio)

  • Transolímpica: 50 (Parador, Centro Olímpico-Jd. Oceânico), 51 (Parador, Recreio-Vila Militar), 53 (Expresso, Sulacap-Jd. Oceânico)

Na madrugada, os serviços noturnos especiais vão operar. Da meia-noite às 4h, vão circular, em caráter excepcional, quatro serviços especiais com saída de hora em hora.

  • Transoeste: Alvorada x Santa Cruz

  • Transcarioca: Alvorada x Madureira

  • Transolímpica: Recreio x Vila Militar

  • Lote Zero: Jardim Oceânico x Centro Olímpico

A partir das 4h de sexta, voltam a operar as linhas que operaram nesta quinta (veja acima).

Frota de ônibus

Segundo a Rio Ônibus, em razão da interrupção do abastecimento de óleo diesel, o sistema de transporte rodoviário de passageiros operou com 67% do total da frota pela manhã. Ao meio-dia, caiu para 58%. Às 16h, nova redução: 54%. Segundo o sindicato, as empresas de ônibus estão sob o risco iminente de falta total de combustível.

Ainda de acordo com a Rio Ônibus, as empresas consorciadas estão empenhando todos os esforços para que a população não seja prejudicada, chegando até a abastecer os coletivos em postos de gasolina comuns, em muitos casos, mesmo com o preço do óleo diesel superior ao habitual.

Na quarta, apesar do grave cenário de desabastecimento de combustível na cidade, cerca de 80% da frota estava nas ruas.

No Terminal Alvorada, na Zona Oeste, passageiros vindos de Santa Cruz contaram que levaram mais de uma hora para conseguir embarcar, quando os veículos costumam passar a cada 15 minutos. Eles também reclamam da lotação acima da média nos veículos.

“Está tudo cheio. E as pessoas falam ‘não abre a porta’. Tem gente que não consegue embarcar. Eu levei 45 minutos para chegar aqui”, afirmou Maria Madalena, passageira que saiu da estação Magarça.

No terminal de ônibus da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, alguns passageiros reclamam que estão levando mais tempo para cumprir o trajeto por causa da falta de veículos. Uma passageira contou fez o trajeto entre a Vila da Penha e o Centro em três horas, quando ela costuma fazer o caminho em uma hora durante a madrugada.

Na garagem da empresa Redentor, uma das maiores da Zona Oeste, às 6h30, era possível ver pelo menos 90 ônibus parados.

Postos de combustíveis

Noventa por cento dos postos do estado enfrentam falta de combustíveis. A exceção são os que possuem gás GNV, que vem por tubulação. Segundo o presidente, Ronald Barroso do Couto, podem ficar zerados os estoques de combustíveis no estado nas próximas horas.

Na manhã desta quinta-feira, dos 800 postos do Município do Rio, 90 estão totalmente secos. Antônio Barbosa Ferreira, presidente do sindicato do setor na capital, alerta que nas próximas horas 400 não terão o que vender. No restante, pelo menos um combustível já acabou.

“A situação é crítica”, resume Ferreira.

O presidente afirmou que condena donos de postos que elevaram preços – há relatos de gasolina premium a R$ 10 o litro. “Condenamos quem se aproveita dessa situação”, disse.

Houve até briga em um posto de gasolina em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói. Segundo testemunhas, a confusão começou quando um homem tentou comprar combustível e transportar em um galão, o que é proibido.

Alimentos

Na madrugada desta quinta-feira, apenas 50 caminhões chegaram à Ceasa, principal central de abastecimento do Rio, em Irajá – e apenas com meia carga. O volume normal é de 350 caminhões.

Segundo o sindicato, 95% dos legumes já estavam em falta pela manhã. O presidente da associação local, Waldir Lemos, alerta que os boxes podem não ter o que vender já nesta sexta-feira (25).

“Os produtores estão parando de colher”, explicou Lemos. “O pessoal não está comprando, a qualidade não é a mesma”, continuou.

Os preços na madrugada voltaram a subir. A caixa de tomate, normalmente vendida a R$ 50, saía por R$ 120; a batata, que de R$ 60 disparou para R$ 400, chegou a R$ 500. Pela manhã, no entanto, sacos eram encontrados a R$ 300, devido à queda na demanda.

Energia

A Light está restringindo o atendimento por causa da falta de combustíveis para abastecer as viaturas. Por isso, a circulação das equipes na cidade está prejudicada, de acordo com a concessionária.

Segundo a empresa, como plano de contingência, está dando prioridade aos serviços considerados essenciais, como hospitais, delegacia e escolas; além de casos emergenciais, que oferecem riscos aos clientes.

Não há nenhum problema de fornecimento na cidade, ainda de acordo com a Light.

Protestos

Às 6h30, caminhoneiros protestaram na Avenida Washington Luís e chegaram a fazer uma fogueira entre os canteiros que dividem as pistas, levantando uma cortina de fumaça. O estado chegou a contar com 15 pontos de manifestação nas estradas. Um dos maiores é na Via Dutra, na altura de Seropédica.

No fim da manhã, cerca de cem veículos fizeram protesto ao longo da Rodovia Washington Luís, no trecho em frente à Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Eles ocuparam o acostamento e, em alguns trechos, chegaram a ocupar uma faixa de rolamento. O movimento ficou liberado para os carros de passeio. À tarde, os manifestantes se dispersaram.

Protestos

Às 6h30, caminhoneiros protestaram na Avenida Washington Luís e chegaram a fazer uma fogueira entre os canteiros que dividem as pistas, levantando uma cortina de fumaça. O estado chegou a contar com 15 pontos de manifestação nas estradas. Um dos maiores é na Via Dutra, na altura de Seropédica.

No fim da manhã, cerca de cem veículos fizeram protesto ao longo da Rodovia Washington Luís, no trecho em frente à Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Eles ocuparam o acostamento e, em alguns trechos, chegaram a ocupar uma faixa de rolamento. O movimento ficou liberado para os carros de passeio. À tarde, os manifestantes se dispersaram.

PRF

A Polícia Rodoviária Federal informou que autuará os motoristas que usarem qualquer veículo para interromper ou restringir a circulação nas rodovias federais.

De acordo com a PRF, os motoristas que desrespeitarem a determinação poderão ser multados em R$ 5.869,40. Além disso, terão o direito de dirigir suspenso por 12 meses. Em caso de reincidência, a multa é aplicada em dobro, chegando a R$ 11.738,80. A legislação ainda prevê multa de R$ 17.608,20 para os organizadores do movimento. As penalidades são aplicáveis em pessoas físicas ou jurídicas que incorram na infração.

Denúncias à PRF podem ser feitas através do telefone 191.

Interior do estado

REGIÃO DOS LAGOS

O Grupo Salinera, responsável pelo transporte público dos ônibus municipais e intermunicipais da região, opera com 70% da frota. Os passageiros sentem e redução e reclamam da demora na passagem dos veículos.

O trajeto entre Araruama e Cabo Frio, por exemplo, estaria demorando mais de duas horas e meia.

A Viação 1001, outra empresa de ônibus importante para a região, informou que algumas viagens podem ser canceladas.

Os motoristas também enfrentam longas filas para abastecer.

SUL FLUMINENSE

Cerca de 500 produtores de leite de Barra Mansa tiveram que jogar cerca de 130 mil litros do produto fora por não terem como escoar a produção. Isso significa um prejuízo de cerca de R$ 200 mil por dia.

Em Sapucaia, os produtores também não conseguem fazer com que as hortaliças cheguem até o Ceasa, na capital.

MACAÉ

A “capital nacional do petróleo” está sem combustível. A cidade tem 26 postos e, no fim da tarde de quarta (23), 18 deles anunciaram que estavam sem produtos para abastecer os veículos.

Isso provocou uma corrida e longas filas. A falta de abastecimento também afeta o transporte público, com uma redução de 20% da frota.

De acordo com comando do 32º Batalhão, que atende a região, a recomendação aos policiais é fazer um racionamento. As viaturas estão paradas em pontos estratégicos.

COSTA VERDE

Nenhum posto em Angra dos Reis possui GNV para abastecer. Também falta gasolina em alguns postos.

A frota de ônibus que circula pela cidade também está reduzida e os passageiros enfrentam um intervalo maior. Os veículos que passavam a cada 20 minutos agora levam 40 minutos.

Em Paraty, a empresa que faz o transporte de passageiros também anunciou uma redução no número de veículos nas ruas, principalmente os que fazem linhas intermunicipais.

Fonte: G1.

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