Pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram um sistema que usa drones para afastar aves das proximidades de certas regiões. A ideia é usar a tecnologia para manter pássaros longe de aeroportos e assim evitar possíveis acidentes causados pelo choque de uma aeronave com um animal.

Órgãos reguladores de aviação civil restringem o acesso de drones em aeroportos citando possíveis riscos que as pequenas naves podem causar aos aviões. Mas, no sistema desenvolvido pelos pesquisadores do Caltech, na Califórnia, os drones são importantes para garantir a segurança dos aeroportos.

A colisão de aviões com aves já causou prejuízos de 1,2 mil milhões de dólares em estragos pelo mundo, mas segundo o porta-voz dos engenheiros, o projeto inspirou-se no incidente ocorrido em 2009, quando o voo 1549 da US Airways foi apanhado por um bando de gansos e os motores ficaram sem energia. Conhecido como o “Milagre no Hudson”, o avião foi salvo graças à perícia dos pilotos, fazendo-o aterrar no rio. Para evitar outros incidentes, e nem sempre com este final feliz, Soon-Jo Chung, líder do projeto, reuniu a equipa para investigar novas formas de afugentar os pássaros através da tecnologia.

Para evitar novos casos parecidos – e que tenham desfechos trágicos sem que o piloto consiga pousar a aeronave com segurança, como no caso de Nova York -, os pesquisadores começaram a estudar maneiras de afastar aves de regiões de tráfego aéreo intenso.

Ao estudar as dinâmicas de voo e formação de grupos de aves, os pesquisadores chegaram a um modelo matemático para desviar a rota deles com uso de um único drone. Ao perceber a proximidade da pequena nave, os pássaros mudam de direção por acreditar que ela representa um risco para eles.

Uma equipe de investigadores da Caltech desenvolveu um algoritmo com o propósito de ensinar drones a lidar, de forma autónoma, com bandos de pássaros que constituem um grande perigo nas áreas dos aeroportos onde circulam os aviões. Chegou-se à conclusão de que os aparelhos controlados manualmente não são viáveis, porque se o operador executar movimentos agressivos, os pássaros assustados podem espalhar-se e tornarem-se ainda mais perigosos.

O desafio agora é ampliar o sistema para que ele possa ser usado em aeroportos, que precisariam de muitos drones para afastar muitos pássaros.

Para a construção do algoritmo, a equipe estudou a dinâmica dos bandos, desde a sua formação durante o voo, e o seu comportamento perante ameaças, sobretudo na extremidade do grupo, para desenvolver o modelo matemático. Os investigadores concluíram que se os pássaros que estão nas extremidades detetarem ameaças externas, estes fazem mudanças de direção que afetam os companheiros perto de si, criando um efeito dominó que altera o rumo do bando. No entanto, se a ameaça externa for muito perto e rápido deles, os pássaros desbandam assustados.

Desta forma, os algoritmos inseridos nos drones permitem transformá-los em autênticos “pastores” para orientar o “rebanho” para fora do perigo dos aviões, criando comportamentos de movimento para evitar colisões e emparelhamento de velocidade com os pássaros.

Por hora esse modelo foi testado com sucesso, bastando apenas um drone para manter os bandos de pássaros fora da área dos voos. O próximo passo da equipa é atualizar o modelo para que possam ser utilizados vários drones autónomos para agirem de forma coordenada nos aeroportos.

Fonte: SAPOTEK

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