A operação e o uso da infraestrutura aeroportuária para pousos e decolagens de 800 mil voos com 50 milhões de passageiros de todo o país nos próximos seis meses serão planejados até quinta-feira em Florianópolis, que pela primeira vez sedia a Conferência de Slots, que organiza a malha aérea brasileira duas vezes ao ano.

Participam do evento 43 representantes de companhias aéreas — Azul, Avianca, Gol, Latam, Aerolíneas Argentinas, Cabo Verde Airlines, TAP, além das cargueiras Modern Logistics e Atlas —, e de aeroportos brasileiros como os de Brasília, Confins, Galeão, Guarulhos, Natal, Porto Alegre, Salvador e Viracopos, além de representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Slots são as vagas, definidas a partir de uma autorização dada por um coordenador para uma operação planejada de voo. Isso permite usar a infraestrutura aeroportuária necessária para os pousos e decolagens em uma data e hora específicas. Durante os três dias de evento na Capital, será feita essa alocação para a próxima temporada, que vai de março a outubro.

Diretor de Operações da Floripa Airport, Ricardo Gesse explica que o que ocorre é uma grande negociação entre aeroportos e companhias aéreas para que os melhores voos e horários sejam sempre encontrados, tanto na origem quanto no destino das viagens. Ele exemplifica que muitas vezes um voo não pode ser realizado por não haver horário conveniente.

— Você imagina, uma companhia quer sair de Florianópolis às 9h e chegar às 10h em Guarulhos, porque nesse horário tem uma série de aeronaves saindo para o Norte e Nordeste. Se essa empresa não conseguir sair às 9h de Florianópolis, não adianta sair às 10h porque todas as aeronaves já terão saído. Então esse evento é fundamental para as companhias organizarem os bancos de conexões, entenderem que horários precisam para ter uma malha rentável e com bom número de passageiros — destaca.

A conferência acontece a cada seis meses seguindo o modelo mundial, com temporadas de verão e de inverno. Os principais critérios para a articulação da malha viária são dois: a demanda de passageiros e a capacidade de operação do aeroporto — nesse ponto, Florianópolis deve se destacar a partir do segundo semestre, quando está prevista a inauguração do novo aeroporto.

— Tem horários aqui hoje que não é mais possível voar porque tem um número máximo de aeronaves em solo que eu posso gerenciar, e isso acontece com outros aeroportos. Então esse trabalho (de organizar a malha) é fundamental — ressalta Gesse.

Anfitriã da conferência, a Floripa Airport também está apresentando aos participantes o potencial de mercado e turístico de Florianópolis, com programação que começou na terça-feira pela manhã e termina quinta à tarde e incluiu uma visita às obras do novo terminal.

Fonte: NSC Total.

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