Projetos já em andamento dão o tom de como será a aviação comercial nos próximos anos, para bem e para o mau.

Aviões elétricos, táxis voadores, cabines apertadas. Está preparado para as mudanças na aviação?

Os principais nomes que estudam essa vertente da aviação comercial são a Aerion Corporation e a Boom Technologies, ambas baseadas nos Estados Unidos. A primeira trabalha no desenvolvimento de um jato executivo supersônico, o Aerion AS2, capaz de transportar até 12 ocupantes e alcançar Mach 1,4 (cerca de 1.730 km/h). Já a segunda empresa está projetando um modelo comercial para 55 passageiros e com velocidade máxima de Mach 2,2 (2.355 km/h).

Apesar de ainda estarem na fase embrionária dos projetos, as duas companhias já acumulam pedidos pelos jatos supersônicos comerciais da nova geração. O modelo da Boom, que vem sendo desenvolvido com apoio da Lockheed Martin, é o mais adiantado nessa questão, com mais de 70 unidades encomendadas.

O Aerion AS2 é projetado para alcançar a velocidade máxima de 1.730 km/h (Aerion).

As duas fabricantes também garantem que vão solucionar os problemas que acompanharam a carreira do Concorde, como o altíssimo consumo de combustível e o efeito do “sonic boom”, o estrondo sônico gerado quando um avião voa em velocidade supersônica e que tem efeitos perigosos em regiões urbanas.

Segundo o cronograma das duas fabricantes, as novas aeronaves comerciais supersônicas chegarão ao mercado em meados de 2023.

Táxis voadores

Apontados como uma solução para rápida mobilidade em grandes centros urbanos, táxis voadores prometem enfeitar a paisagem de importantes cidades no futuro. São pequenos veículos propostos para transportar de um a quatro passageiros. Não só isso, esses projetos têm em comum o uso de tecnologias para controle autônomo, capacidade de pousar e decolar na vertical e motorização 100% elétrica.

A Airbus realizou recentemente o primeiro teste de voo com o táxi voador Vahana (Airbus).

Grandes nomes do mercado já estudam esse nicho, como o Uber, que trabalha em parceria com a Embraer para desenvolver um novo veículo, e a Airbus, que recentemente realizou o voo inaugural de seu primeiro táxi voador para um passageiro, o Vahana. Outro projeto do grupo europeu nesse novo filão é o CityAirbus, para quatro ocupantes.

Pequenos fabricantes também estão envolvidos nessa empreitada e, em certo ponto, até mais avançadas que as principais empresas aeronáuticas. Esse é o caso da E-Volo, da Alemanha, que já testou seu táxi voador, o Volocopter, em Dubai.

O Volocopter já foi testado pelos céus de Dubai (Divulgação).

Além de ainda precisarem cumprir uma série de etapas de desenvolvimento, a viabilização dos táxis voadores ainda depende de uma severa mudança nos regulamentos aeronáuticos, que ainda não prevê operações aéreas com esse tipo de veículo totalmente novo. Apesar disso, os prazos já foram determinados e esses meios de transporte podem surgir a partir da segunda metade da próxima década.

Aviões com motorização híbrida e elétrica

Atualmente, o maior gasto das companhias aéreas é com combustível. O quanto um avião consome de querosene (ou outro combustível) e o preço dos combustíveis são fatores determinantes para definição do preço das passagens aéreas. Para fugir desse ciclo a solução é introduzir aeronaves equipadas com uma combinação de motores convencionais e elétricos, ou então totalmente elétricos, afinal de contas eletricidade ainda é mais barata do que qualquer combustível fóssil ou biocombustíveis.

Esforços nesses sentidos também já estão em andamento na indústria. O mais notório deles é o projeto E-Fan X, da Airbus. Trata-se de um protótipo baseado no jato BAe 146, avião quadrimotor comercial pouco conhecido no Brasil, equipado com motores turbofan convencionais e fans elétricos. Segundo o cronograma da fabricante, o primeiro voo do avião híbrido deve acontecer em 2020.

O protótipo do E-Fan X será baseado no jato comercial BAe 146 (Airbus).

Outra iniciativa nesse sentido parte da startup Zunum Aero, dos EUA, que já conta com investimentos da Boeing e da companhia JetBlue. O plano da empresa é desenvolver uma família de “aviões verdes” para atuar na aviação regional, com aeronaves com capacidade entre 14 e 100 passageiros. De acordo com a Zunum, uma aeronave com motorização híbrida ou elétrica pode apresentar custos operacionais até 80% menores do que os de aviões convencionais, além de outras benesses, como redução de ruídos e emissões de gases poluentes.

A exemplo dos táxis voadores, a aplicação dos aviões híbridos e elétricos na aviação comercial também depende da aprovação de órgãos reguladores. Se aprovados, essas novas aeronaves podem surgir no mercado a partir de 2030.

A Zunum planeja aviões elétricos com capacidades que poderão variar de 14 a 100 passageiros (Divulgação).

Aviões apertados

Apesar da insistência de parte do público mais conservador, viajar de avião não é mais algo glamouroso. Nos últimos 20 anos, a aviação comercial, em especial no Brasil, se tornou acessível para as classes menos favorecidas com ajuda de avanços tecnológicos, como o surgimento de motores mais econômicos e formas aerodinâmicas mais eficientes, e também com mudanças nas políticas das companhias, que passaram a oferecer serviços de baixo custo (as “low-cost”).

A matemática nessa questão é simples: o custo de uma operação (sem considerar o lucro da companhia) é diluído com a venda das passagens aéreas. Logo, um avião configurado para transportar, por exemplo, 100 passageiros oferece bilhetes mais acessíveis comparado a uma aeronave similar, mas com capacidade inferior.

O novo A321LR deve chegar ao mercado da aviação comercial até o final deste ano (Airbus).

Esse movimento já começou no segmento das aeronaves narrowbody, os jatos comerciais com um corredor. A grosso modo, as fabricantes estão aproveitando projetos consagrados e ampliando o número de assentos em suas cabines.

O primeiro representante desse novo segmento a chegar ao mercado será o Airbus A321LR, versão baseada no novo A321neo projetada para transportar até 240 passageiros e com lançamento previsto para 2019. Já a Boeing prepara o 737 MAX 10 para 2020, o maior 737 de todos os tempos com espaço para 230 ocupantes, e o 737 MAX 200, uma variação do novo 737 MAX 8 que será configurada para transportar 200 passageiros – quase 40 ocupantes a mais que o modelo original.

Outra característica das aeronaves nesse nicho é a longa autonomia. Tanto o A321LR, como os novos 737 MAX, tem alcance acima dos 6.000 km, o suficiente para executar voos transatlânticos sem paradas para reabastecimento. Ou seja, esses aviões voarão por maiores distâncias levando mais passageiros, o que permitirá reduzir os preços de viagens internacionais e, muito provavelmente, tornar os voos mais desconfortáveis para os passageiros.

Fonte: Airway.

 

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