O aeroporto Santos Dumont é um dos mais movimentados do país, com capacidade para receber 13,1 milhões de passageiros por ano.

No Rio de Janeiro, sob um sol que, não raramente, impõe temperaturas acima de 30 graus, o aeroporto Santos Dumont gasta 43 milhões de litros d’água por ano para manter o ambiente fresco e fazer funcionar o sistema de refrigeração. E boa parte dessa água utilizada é potável – ou era. O aeroporto testa, desde o início do ano, água captada da chuva para abastecer o ar-condicionado e também para resfriar as paredes de vidro. O resultado mostra que soluções sustentáveis podem trazer benefícios ao meio ambiente, mas também ao bolso.

O projeto já evitou o desperdício de mais de 600 mil litros de água potável por mês e trouxe uma redução de R$ 5,5 mil em gastos diários com climatização. Como ainda está em fase de experimentação, o sistema não é utilizado todos os dias. O aeroporto estima que, quando for possível aplicá-lo diariamente, a economia pode chegar a R$ 1,8 milhão por ano. Atualmente, sem o reaproveitamento, 50% da água potável do aeroporto é consumida pelo seu sistema de ar-condicionado. Em média, são 120 mil litros gastos todos os dias.

Para reduzir esse consumo, o terminal carioca passou a reutilizar a água nas Torres de Resfriamento da Central de Água Gelada, responsáveis pela refrigeração, o que já resultou numa economia de 4,8 milhões de litros ao ano somente no sistema de ar condicionado.

A partir de coletores instalados no telhado, o Santos Dumont armazena água da chuva em um enorme reservatório e a bombeia para o sistema de ar-condicionado. “As águas captadas são dirigidas para o reservatório da água de reúso e, a partir dele, bombeadas para a área de interesse. Elas recebem um tratamento físico-químico e são lançadas no sistema”, explica Ricardo Braga Vieira, gerente de manutenção do Santos Dumont.

Além disso, desde março, o aeroporto também tem reaproveitado a água que é descartada pelos aparelhos de ar-condicionado das salas de embarque e desembarque. Elas são utilizadas para irrigar os vidros superiores da área de embarque, contribuindo para reduzir a temperatura interna do salão durante o verão.

O reservatório de reúso foi construído em 2007 e tem capacidade para armazenar 1 milhão de litros d’água. Antes do projeto de climatização, essa água era utilizada na lavagem de pátios e nas bacias de sanitários. Hoje, o sistema de climatização consome a maior parte da água do reservatório, obrigando o aeroporto a usá-lo em poucos dias do mês. Desse modo, as atividades de limpeza com a água reutilizada podem ser mantidas.

“Em períodos comuns, consegue-se utilizar a água armazenada para climatização até três vezes por mês, em temporadas de chuvas até cinco”, conta Vieira. Para ampliar a utilização da água de reúso para todos os dias do mês, a Infraero planeja construir um reservatório com capacidade de 10 milhões de litros d’água.

Segundo a empresa, o uso diário na climatização resultaria numa economia anual de R$ 1,8 milhão em água potável, o suficiente para abastecer 300 casas com 4 pessoas todos os dias. “A expectativa é que o grande fique pronto em até dois anos”, afirma o gerente de manutenção do aeroporto.

O aeroporto Santos Dumont tem capacidade para receber mais de 13 milhões de usuários por ano, sendo um dos mais movimentados do país. Só em 2017, ele recebeu 9,24 milhões de pessoas. Segundo a Infraero, a estimativa é que cada passageiro tenha consumido uma média de 7 litros de água no ano anterior.

Fonte: Uol notícias.

 

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